Impressões do evento de lançamento do livro Os 50+ Importantes Livros em Sustentabilidade

 

Ontem tive o prazer de participar do evento de lançamento da versão em português do livro “Os 50+ Importantes Livros em Sustentabilidade”, uma compilação dos mais importantes livros de sustentabilidades fruto de uma pesquisa feita em Cambridge, Inglaterra, com ex-alunos e outras personalidades. A versão em português foi organizada pelo Instituo Jatobás, publicada pela Editora Peirópolis, patrocinada pela Braskem e com apoio das Instituições de Ensino Superior FGV e UNIP.

Durante toda a manhã houve apresentações e debates a respeito do tema Sustentabilidade e sobre a Rio+20, importante evento sobre sustentabilidade que ocorrerá em junho próximo e que reunirá as mais influentes  personalidades para debater o futuro do planeta e propostas concretas de mudança de atitude das organizações, governos e indivíduos.

A dificuldade em se discutir e chegar a consensos nesse tema reside no fato de ser algo que impacta a todos indiscriminadamente e depende da mudança de atitude de cada um. Uma equação complexa para uma Humanidade que ainda se permite protagonizar guerras e ter tantos famintos e desigualdades pelo mundo.

Entretanto, é muito bom ver que as coisas estão caminhando e rápido. Em plena segunda-feira de manhã mais de 300 pessoas provenientes de empresas, ONGs, consultorias, estudantes estavam presentes com um claro interesse em discutir e descobrir por que caminhos podemos ser mais efetivos para o alcance da sustentabilidade em nosso planeta.

Sobre as palestras

A Sra. Beth Feffer fez uma bela abertura lembrando a importância de se pensar e agir de forma simples, conectada com a natureza e com tudo que nos rodeia. Em suas palavras: “como podemos destruir o ambiente em que vivemos, é um contrassenso, um paradoxo.”  E ainda citando Gandhi “a natureza pode suprir todas as necessidades do Homem menos a sua ganância.”

É muito interessante perceber que há muito existia um desejo por tratar abertamente das questões relacionadas à nossa relação com a natureza, com os outros, conosco mesmos, mas que, porém, ficou sufocado durante anos por uma visão tecnicista, que dissociava as atividades humanas de produção e trabalho dos sentimentos e emoções humanas. Com  a urgência do debate sobre sustentabilidade, um canal de expressão do ser humano foi aberto e agora o diálogo está presente inclusive nos ambientes corporativos.

Esse sentimento ficou muito claro após a fala da Christina Carvalho Pinto, presidente do grupo Full Jazz e do portal Mercado Ético, que compôs a mesa de abertura do evento. Ela ressaltou a importância da reconexão com a natureza e principalmente com o outro. Por que nos afastamos tanto e colocamos tanto peso no externo, turvando nossos olhos para o que realmente importa? Nessa linha, o Secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, citou o poema de Carlos Drummond de Andrade, “O Homem, As Viagens”, em que o poeta nos diz do desejo insaciável do homem de dominar tudo ao seu redor, mas que, porém, se esquece de desbravar e conhecer a si próprio. Um convite para nos conhecermos mais e, assim, realmente incorporarmos os princípios de sustentabilidade em nossos mundos particulares.

Citando Marina Silva que disse da importância de nos “autoconvocarmos”, a palestrante do dia, Rachel Biderman, advogada e doutora em gestão pública e especialista em sustentabilidade, trouxe para a plateia a importância do indivíduo em todo esse processo e do trabalho de lapidação do ego, uma vez que nada será alcançado sem um esforço do coletivo, que pressupõe tolerância, saber ouvir e dialogar.

Redefinição do Valor Econômico 

Uma importante contribuição ao debate foi trazida por Annelise Vendramini, consultora em gestão estratégica para a sustentabilidade e finanças sustentáveis. Como economista, apresentou a necessidade de se redefinir o que é valor na nossa sociedade contemporânea. A formação de preços não leva em conta os custos da destruição da natureza, da poluição e da degradação das relações humanas. Trata-se de uma conta alta que já estamos começando a perceber pelas mudanças climáticas, por exemplo, e pelos hospitais abarrotados de pessoas com problemas respiratórios provenientes da poluição das cidades. Essa conta já está sendo paga por todos nós, porém, não contabilizada apropriadamente. Precisamos urgentemente desse ajuste para que as questões de sustentabilidade sejam realmente consideradas pela Economia.

Dentre tantas outras interessantes palestras, gostaria de finalizar destacando o comentário do Conselheiro do Instituto Jatobás, João Salvador Furtado, sobre Economia Verde: “Economia Verde significa o esverdeamento da Economia Marrom, poluidora, desconectada da natureza”, ainda acrescenta “o ideal seria pensarmos em uma Economia Azul, da cor da Terra vista pelos astronautas quando de sua viagem à lua” e que transmite, portanto, a imagem de um mundo sem fronteiras e de codependência entre todos os seres que nela habitam.

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