Driving Strategy – Reflexões ao Acaso

Alice:”Você pode me ajudar?”
Gato: “Sim, pois não.”
Alice:”Para onde vai essa estrada?”
Gato:”Para onde você quer ir?”
Alice:”Eu não sei, estou perdida.”
Gato: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.”

Lost-Alice

Hoje, durante a manhã, ministrei um curso a respeito do mapeamento da estratégia com o Balanced Scorecard. O grande tema do treinamento foi a importância de se ter uma visão de futuro, um foco claro e compartilhado por todos, que dê o norte para a organização. Também, a importância de se desenhar a trajetória, a estratégia que conduzirá a organização ao alcance dessa visão de futuro.

As discussões foram de altíssimo nível, com destaque para a participação ativa dos participantes, que o transformaram em uma experiência muito feliz de aprendizado.

Terminado o curso, peguei um taxi, já conhecido e amigo meu. Durante o trajeto, ele foi me contando que tinha acabado de levar uma senhora que não lhe disse a rua que iria, somente o bairro. Com uma postura um tanto autoritária, ia guiando-o em cada parte do caminho: “agora vire aqui, vai reto, na próxima rua vire à esquerda”, e assim por diante. Ele me relatava essa história para me dizer que é muito ruim não saber para onde se vai.

Como eu tinha passado a manhã inteira discutindo a importância da clareza da visão de futuro, dos direcionadores para se desenhar a estratégia, foi natural fazer a analogia com o que ele me relatava…

    • Ao não saber para onde se vai, não é possível saber se estou utilizando o melhor caminho;
    • Tenho que andar mais devagar, pois, preciso de tempo para reagir à instrução de “virar”;
    • Em alguns momentos, o comando para virar é dado “em cima da hora” e perco a oportunidade da entrada, tendo que, muitas vezes, fazer um grande retorno perdendo, dessa forma, tempo;
    • A possibilidade de acidente se eleva, pois, no aguardo do comando, muitas vezes tenho que fazer alguma manobra rápida que nos coloca em risco e aos outros;
    • Porque tenho que ficar concentrado e esperando o comando, não tenho condições de olhar o entorno, o cenário, e tenho que me concentrar somente no carro e na pessoa que comanda.

Em outras palavras…

    • A ausência de uma visão de futuro e de direcionadores claros, não nos permite desenhar uma estratégia que otimize os recursos e priorize a agregação de valor;
    • Sem direção clara, fazemos tudo mais devagar, muitas vezes temos retrabalho e sempre estamos esperando as instruções de alguém que “sabe para onde ir”;
    • Muitas vezes, novas instruções são dadas e temos que parar o que estamos fazendo para “apagar algum incêndio” ou fazer alguma tarefa que não estava planejada;
    • Concentrados somente no curto prazo, elevamos o risco de fazer o urgente e não o necessário requisitado pela estratégia;
    • Concentrados no curto prazo e no aguardo dos comandos, não temos “tempo” e condições de olhar o cenário e os sinais que vêm do ambiente de negócios e, assim, jamais damos espaço para pensar o futuro e nos preparar para ele, não estando atentos aos movimentos e dinâmica do ambiente de negócios.

Podemos ver que tão imprescindível quanto fazer nosso trabalho diário bem, é fazê-lo em nome de um futuro, de uma visão de onde queremos chegar. Ao olhar para frente conseguimos dar muito mais sentido ao que estamos fazendo agora, entendemos, pela mudança de perspectiva, o que de fato agrega valor e o que está somente consumindo tempo e energia, e no final, impactando nos resultados. A produtividade e capacidade de inovação tomam vida quando temos horizontes, quando conseguimos analisar nosso caminho e tomar nossas decisões com propriedade e robustez porque está claro onde queremos chegar.

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